segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O MILAGRE NA COVA DA IRIA









                                                  O MILAGRE NA COVA DA IRIA

            Minha mãe, apenas com seis anos, assistiu ao chamado milagre do sol a dançar no céu. Foi a 13 de Outubro de 1917 e ela era uma das humílimas pessoas presentes no local. Tornou-se uma devota insuperável da Senhora de Fátima.
            Quando atingi a adolescência e passei a colocar tudo em causa, não me ocorreu outro argumento que não fosse achar aquele fenómeno atmosférico e de histeria colectiva como obra dos marcianos e dos discos voadores.
      Minha mãe surpreendida com o disparate admoestou-me:
     - Ora, ganha juízo.
       Durante toda a minha vida quando tive que tomar algumas decisões com algum risco e cheguei até a defender o indefensável, ouço minha mãe a sussurrar-me ao ouvido aquela admoestação.
Porém, só me arrependo de não ter tomado as decisões que se me impunham e que na altura não soube valorizar.

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