quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

MENINAS ADOENTADAS

 
 
 
 
 
                  As mulhere são e continuam a ser um grande mistério para mim. Tudo isto terá começado quando pela 1ª vez -tinha eu 15 anos - os alunos do meu liceu se puderam sentar com as raparigas na mesma sala. Como eu fazia quase sempre figura de corpo presente, alheado do que o professor ia debitando, entretinha-me a divagar  ou a reparar no pouco que ia acontecendo à minha volta.
                  Não pude deixar de notar, então, que algumas vezes uma ou outra colega se dirigia à professora e, sussurrando, pedia para sair, regressando dali a longos minutos. Aquilo fazia-me espécie. E nem fiquei esclarecido, antes pelo contrário,  quando uma certa vez a professora tentou justificar a saída da aluna com esta informação enigmática: "Está adoentada". Estranha maleita pensava eu, intrigado com uma doença que se curava em poucos minutos. E pensava cá para mim que tinha umas colegas de saúde frágil.
              Só uns anos mais tarde é que vim a saber que se tratava do famigerado e odiado p.m., "doença"(!) que ataca as mulheres e as põe de fígados azedos todos os meses.
       Mas ainda hoje me lembro daqueles episódios longínquos na sala de aula, sempre que ouço aquela afirmação, mesmo que se trate de alguém que já entrou no reino pacífico (ou não!) da menopausa.
 
 
           
 
 
 
 
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário